A Reforma teve a universidade como seu pano de fundo

Nas aulas de História aqui no Brasil, a Reforma é tratada como um capítulo entre outros – quase um apêndice – de um momento em que o mundo viveu grandes transformações. Mas na Europa, e especialmente nos países protestantes, a Reforma é vista como um capítulo fundamental e, talvez, o mais importante em marcar o fim da assim chamada Idade Média. Para o cristão, ela trouxe libertação ao lembrar que a salvação é pela graça, mediante a , em Cristo e em somente Cristo. Que Ele é o centro da Igreja e que sua expiação é suficiente para o perdão dos pecados. Que a Bíblia é a Palavra de Deus e a base da nossa fé e prática. E, por fim, o básico: que Deus deve receber toda a glória. Mas, como parte de um movimento cristão universitário, quero pontuar que a Reforma teve a universidade como seu pano de fundo.

Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg, na Alemanha.

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Lutero era, afinal, Doutor em Teologia na Universidade de Wittemberg, na Alemanha. Por volta de 1515 ele começou seus estudos de grego e hebraico que, pouco depois, foram fundamentais em seu trabalho de tradução da Bíblia para a linguagem vernacular. Em 1517 escreveu as famosas 95 Teses, com um convite a um debate escolástico sobre o assunto das indulgências e outros relacionados. Graças à recém criada imprensa, as 95 Teses foram traduzidas, copiadas e amplamente divulgadas por toda a Europa em uma questão de meses.
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Outros movimentos estiveram relacionados à universidade. Somente para citar alguns: o movimento metodista, que começou com um pequeno grupo em Oxford, chamado “Holy Club”, formado por John Wesley, Charles Wesley, George Whitefield e outros, em 1729. Wesley veio a se tornar o líder do que é considerado o maior reavivamento cristão da história da Inglaterra. Em 1806 cinco estudantes americanos começaram um movimento de oração que culminou no primeiro envio de missionários protestantes daquele país. Em 1885, sete universitários de Cambridge começaram um movimento em universidades da Inglaterra e Escócia, que gerou um avivamento na Grã Bretanha, que chegou, inclusive, à rainha Vitória. A influência deles chegou à América, a qual levou a formação do Movimento Estudantil Voluntário (MEV), de 1886, que, por sua vez, promoveu o maior envio missionário da história (desde a sua formação, mais de 25 mil estudantes foram enviados para servir no exterior). Por fim, somos parte de um movimento missionário global que também nasceu em uma universidade, em 1951. Ao completarmos 502 anos de reforma, creio que Deus continua tendo um plano para nós, universitários, para gerar reflexão (como Lutero), oposição ao status quo (como Wesley), despertamento espiritual (como aqueles 5 jovens americanos) e impacto no mundo por meio do evangelho (como o MEV).
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Sola Gratia, sola Fide, Solus Christus, Sola Scriptura, Soli Deo Gloria.

Wesley Cunha, diretor nacional da Cru Campus.

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